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Galinhas Amazônicas

Fábio é médico e dono de uma propriedade localizada na cidade de Iranduba, estado do Amazonas, procurou a Agrológica por meio do nosso site, interessado em produzir ovos orgânicos na Amazônia, fabricando a própria ração, alegando que comprar está muito custoso e que não possui conhecimento.

O projeto, executado entre os meses de outubro e dezembro de 2020, já foi entregue e está em uma segunda etapa, que consiste em um planejamento agrícola e controle biológico, esse projeto também conta com as parceiras Tellus Jr. e Zoot Jr.

A empresa propôs uma análise de solo para conhecer a região, batizada de “Avaliação Agrícola”, pois o desafio era conhecer a realidade e o potencial do solo local, se o projeto era viável nas condições encontradas, uma vez que não há produção de ovos orgânicos, sendo assim, algo novo.


Etapa 1: analisando as condições do solo

O local trata-se de uma floresta nativa amazônica, composta por 42% de areia, 29% de silte e 29% de argila, dando a característica de textura média, estando entre muito argiloso e arenoso.

O solo foi analisado em laboratório e apresentou grande déficit de micronutrientes essenciais como o magnésio, uma concentração alta de matéria orgânica, dando um caráter ácido de pH aproximado de 3,8 e saturado por alumínio, presente em altíssimos níveis, por volta de 95% em média nas amostras, dando assim um caráter de toxicidade.

Nestas condições, o solo precisará de correções para que se torne saudável para o plantio. Serão necessárias calagem e gessagem em grandes quantidades e, consequentemente, custos altos.


Etapa 2: correção do solo

A solução da empresa foi apresentar a correção do solo de acordo com a cultura escolhida. Na próxima etapa, foi apresentado o planejamento agrícola com todas as recomendações de adubação e calagem com as quantidades exatas e períodos de aplicação. As culturas escolhidas para análise foram: soja, feijão-guandu, inhame, abóbora, cenoura, batata doce, mandioca, milho, banana, mamão e pimenta malagueta. Dentre estas, soja, milho e cenoura não são compatíveis devido à grande quantidade de chuvas na região. Já a mandioca e o feijão guandu apresentaram potencial. As análises mostram que para quase todas as culturas é necessário fazer a calagem em grandes quantidades, uma vez que a saturação por bases tem que ser elevada a níveis maiores que 50%. Também foi apresentada uma tabela para cada cultura, com o que cada espécie exigida comparada com a realidade do solo. A visita à propriedade ocorreu nos dias 4 e 5 de novembro de 2020.


Etapa 3: Demanda e consórcios agroecológicos

A Agrológica visa a preservação da biodiversidade, propondo em seus projetos sugestões de consórcios agroecológicos. Também chamado de plantio consorciado, é um sistema onde duas ou mais espécies, de preferência combinando espécies nativas e culturas selecionadas cultivadas em conjunto, permitindo uma interação biológica, que traz benefícios para todas as espécies. A empresa selecionou as culturas de acordo com as sugestões dadas por veterinários com as espécies mais eficientes para a produção de ração, também baseada na sua adaptação ao local e ao clima.

Também foi apresentado ao produtor uma relação de pragas e doenças mais comuns das espécies nativas e das culturas cultivadas, além de expor os danos que as mesmas causam nas plantas e no solo.


A propriedade possui uma área de 6ha disponível, com capacidade para alcançar um rendimento anual de 180T de ração, capaz de alimentar 5000 galinhas.

Porém, com as questões apresentadas acima como as características físico-químicas do solo, a condição nutricional, a média de safra de cada cultura e organização por consórcios agroecológicos, a área disponível renderia apenas 36,6 T ao ano, o suficiente para alimentar 1000 galinhas. Nestas condições, para que pudéssemos ter 180T ao ano, precisaríamos de no mínimo 30 ha disponíveis. Também considerando que o solo amazônico em sua natureza não é destinado à produção agrícola.


Etapa 4: conclusão e feedback

A avaliação agrícola concluiu que o solo apresentado, típico de floresta nativa amazônica, para que torne-se saudável e próprio para o plantio exige um bom investimento, uma vez que os custos de calagem, gessagem e adubação serão altos. Foi proposto um plantio consorciado, onde o planejamento agrícola também contou com a possibilidade de fazer um controle biológico, prezando a harmonia entre espécies nativas e culturas selecionadas, evitando pragas que pragas comuns, apresentadas no projeto, sejam um empecilho para a produção.

O feedback do produtor foi positiva: avaliou o serviço da Agrológica com a nota 10 e fez o seguinte comentário: “Excelentes profissionais. Muito atenciosos e dedicados. Amam o seu trabalho.”











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