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Protestos dos Agricultores: Consequência do movimento no Brasil

Nos meses de Janeiro e Fevereiro deste ano (2024), países como França, Itália, Espanha, Romênia, Gŕecia, Alemanha, Portugal e Países Baixos encontravam-se em uma situação inusitada: Agricultores, revoltados com as políticas Nacionais e Continentais referentes a agricultura, deixaram o campo e dirigiram os seus tratores até grandes rodovias locais e por lá ficaram, causando uma paralisação que repercutiu mundialmente. 

Com algumas medidas tomadas de imediato pelo Estado, o grupo, que chegou a atirar ovos no prédio do parlamento europeu, amenizou os protestos. Atualmente o assunto já caiu no esquecimento de muitos, portanto esse texto tem o intuito de relembrar o contexto vivido e as consequências geradas, principalmente para a agricultura brasileira.


Recapitulando o Contexto

A infelicidade dos agricultores, não teve uma única causa, mas sim uma mistura de situações, que proporcionaram um sentimento de injustiça ao grupo.

Uma das principais reclamações foi a burocracia punitiva do Acordo Verde Europeu. O objetivo primordial desse conjunto de políticas é transformar a Europa no primeiro continente neutro até 2025, ou seja, ela não irá emitir mais gases do efeito estufa do que a capacidade de absorção do ecossistema. Portanto para ser possível atingir a meta, medidas como taxar o carbono emitido na atmosfera, reduzir o uso de pesticida, destinar 4% da terra à preservação de florestas, entre outras foram propostas. Todavia, todas têm algo em comum além da sustentabilidade, o encarecimento da produção agrícola.

Outro ponto citado por muitos é a competição desleal dos produtos europeus com os produtos importados. Como por exemplo os produtos ucranianos, que entraram no mercado europeu sem tarifas, uma ação que buscava ajudar o país que sofria com os conflitos contra a Rússia. Há também um sentimento contra o Mercosul, pois agricultores alegam o uso de hormônios, pesticidas e antibióticos proibidos no continente. Estas situações combinadas, geram um mercado abastecido, e pela Lei da Oferta e Demanda, os preços caem drasticamente.

Por fim, em cada país também há contextos específicos que aborrecem o grupo. Nos Países Baixos, questionam a taxação do nitrogênio, que influencia diretamente na suinocultura da região. Na Alemanha solicitam a redução dos impostos do diesel, combustível que comumente é utilizado no maquinário agrícola.

Algumas medidas continentais e nacionais já foram tomadas de maneira imediata. Foi dada luz verde para a realização de mudanças no CAP (Políticas Agrícolas Comum), buscando a flexibilização de certas políticas taxativas, além da prorrogação da isenção de impostos de produtos exportados pela Ucrânia. Mas este assunto esta longe de acabar, já que as eleições para o Parlamento europeu deve ocorrer em Junho, e a insatisfação ainda persiste.


E o Brasil com isso ? 

Mesmo depois de 3 meses do acontecimento deste evento ainda é difícil medir sua influência em nosso território, mas as expectativas não são otimistas.

É esperado, por especialistas, que os números de exportação do Brasil para a União Europeia, que atingiram US$21,57 bilhões no ano de 2023 segundo o IAE, sofra uma variação negativa expressiva. Além disso, o pacto de livre comércio entre Mercosul e UE, que já havia sido vetado no início do ano (2024), perde ainda mais força, exemplificado por falas do presidente francês Emmanuel Macron. 

Por outro lado, caso o protesto gere resultados negativos de produção dos solos europeus, um novo mercado, com carência de produtos, pode ser aberto para a nossa agricultura. 

Em ambas as realidades traçadas anteriormente, a realização de uma análise de mercado é essencial para o agricultor. Tal serviço busca direcionar o produtor para o caminho de maiores resultados econômicos, por meio de análise de seus fornecedores, seus concorrentes e principalmente seus compradores. Portanto, é a partir dessa análise que será possível entender se ainda valeria a pena exportar para a Europa, ou seria mais interessante buscar por novos mercados.







Feito por: Enzo Carvalho Ferrareto




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